Resenha: Jesus e o capitalismo
José Orlando de Jesus Junior
Sabemos que, nos países
dominados pelo capitalismo, a Igreja Católica enfrentava sérias dificuldades
para seu desenvolvimento, a ética protestante, especificamente a ideia
calvinista de predestinação, incentivou os primeiros empresários capitalistas a
trabalhar sem trégua, que promoveu o crescimento econômico e a acumulação de
capital. Basta pensar no seguinte: se todos os mortais levassem à letra o que
certos textos evangélicos dizem sobre a maldade do dinheiro e da riqueza, um
dia poderíamos nos encontrar com a cena desconcertante de um pai de família,
trabalhador de uma fábrica de carros (digamos), que chega em casa e diz para
sua esposa e filhos: “Veja, o mundo já é tão cristão, que estou sem emprego,
porque ninguém compra carros e todos nós temos que morar com tanta pobreza, que
a única saída que temos é passar fome e viver com muitas dificuldades e é até
possível na mais cruel miséria.
Sendo assim, um cristão pode se considerar um
seguidor de Jesus se tiver uma conta corrente (com um “visto de ouro”
incluído), receber um bom salário e possuir alguns bens dentro do que, em um
determinado contexto social, pode ser considerado um cidadão que desfruta de
segurança financeira "razoável"? Foi dito, certamente com razão, que
"o dinheiro é um meio absoluto e, ao mesmo tempo, o ponto de união de
inúmeras ordens finais”. Por exemplo, no século 19, o papa Gregório XVI
concedeu numerosos títulos de nobreza a indivíduos e famílias ricos por uma
razão que, na opinião do pontífice, justifica tudo o mais: “aqueles que possuem
riqueza são geralmente uma ajuda e um ornamento para a sociedade cristã "
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