Jesus: A humanização de Deus

O objetivo da religião é tratar da relação entre o humano e o divino, porém, humano e divino são duas realidades que estão em polos totalmente distintos. E Castillo coloca então a seguinte pergunta: Jesus veio para divinizar o homem ou para humaniza-lo? José M. Castillo defende uma cristologia ascendente, isto é, uma cristologia que parte do humano para chegar ao divino. Esse referencial epistemológico é muito verdadeiro, pois, o intelecto humano não pode conhecer a Deus perfeitamente.

“Os evangelhos foram escritos por pessoas que acreditavam em Jesus e para pessoas que acreditavam em Jesus. A origem dos evangelhos e a intenção daqueles que os redigiram determinam seu conteúdo. Ademais, essa origem e essa intenção nos indicam a chave de leitura”[1] do evangelho. Portanto, quando lemos as páginas evangélicas, estamos lendo a transmissão de uma crença deixada por Jesus Cristo. Mas, mais do que isso, as páginas do evangelho, nos narram um modo de viver. Se pegarmos os personagens mais importantes da história da humanidade, e compararmos eles com a figura de Jesus Cristo, veremos com facilidade que eles não chegam nem perto da importância que Cristo teve para a humanidade. Isso porque nenhum outro personagem histórico, fez com que a humanidade tomasse o seu nascimento como marco zero do calendário.

Na sequência, José M. Castillo explica que os evangelistas não foram historiadores preocupados em escrever a biografia de Jesus, antes de tudo, foram crentes, que escreveram para outros crentes. Seguindo essa lógica, Castillo faz uma distinção entre conhecimento e convicção. O conhecimento se baseia em critérios confiáveis sobre a validade de nossos juízos; isto é, o conhecimento é inteiramente seguro. Por exemplo, quando falamos de verdades matemáticas, 2 + 2 = 4 esse é um conhecimento seguro, em que não há dúvida. Por outro lado, a convicção está mais relacionada a fé; ela também envolve um tipo de conhecimento, porém, é um conhecimento inseguro, por isso, exige do devoto uma decisão livre, um ato de fé. Por esta razão, Castillo não identifica os evangelistas como historiadores e sim como crentes. Porque os historiadores buscam verdades seguras, tais como a da matemática, enquanto os crentes assumem o risco de crer em verdades que não são tão seguras. Portanto, quando lemos os evangelhos estamos buscando verdades que não são tão seguras racionalmente, contudo, são verdades concernente a salvação da humanidade.

Após apresentar a distinção entre conhecimento (ciência) e convicção (fé), Castillo fala da força da convicção. Isto é, segundo Castillo estamos convencidos de algo quando o colocamos em prática. Por exemplo, quando se convence alguém dos males do cigarro, o indivíduo convencido para de fumar. Se não parar, é porque não foi suficientemente convencido dos males do tabaco. Por causa disso, um historiador pode até conhecer muito sobre a Pessoa de Jesus, no entanto, enquanto historiador ele nunca vai conseguir crer em Jesus, ou configurar-se a Jesus. Porque crer, envolve um ato de adesão aos ensinamentos de Jesus Cristo. Dito de outra forma, aquele que crê conforma a sua vida ao evangelho de Jesus Cristo; tomando sempre as mesmas opções de Jesus. Aqui Castillo introduz outro elemento, o carisma. Todavia, é preciso explicar bem o que Castillo entende por carisma. Ao falar de carisma, José M. Castillo está se referindo a capacidade de exercer autoridade sobre os outros, sem o uso de qualquer tipo de poder, seja ele político ou religioso.

Retomando a distinção entre historiador e crente, Castillo aborda o tema do gnosticismo. “Graças a Deus, ao longo da história da Igreja, ficou bem claro que aquilo que mede a perfeição das pessoas é o seu grau de caridade, e não a quantidade de dados e conhecimentos que possam acumular”[2]. Isso significa que, eu posso conhecer tudo o que é possível conhecer da Pessoa de Jesus através da razão; porém, se esse conhecimento não for capaz de alterar a minha conduta, na verdade, eu sou um gnóstico. Papa Francisco prossegue dizendo:

“Com efeito, também é típico dos gnósticos crer que eles, com as suas explicações, podem tornar perfeitamente compreensível toda a fé e todo o Evangelho. Absolutizam as suas teorias e obrigam os outros a submeter-se aos raciocínios que eles usam. Uma coisa é o uso saudável e humilde da razão para refletir sobre o ensinamento teológico e moral do Evangelho, outra é pretender reduzir o ensinamento de Jesus a uma lógica fria e dura que procura dominar tudo”[3].

Os gnósticos antigos e novos são sempre orgulhosos, julgam que, por saber mais que os outros e por serem capazes de explicar certas coisas com lógica, são melhores e mais santos que os outros. No entanto, sem caridade e misericórdia não há verdadeiro cristianismo. Por isso, a Igreja como Mãe e Mestra nos ensina que os bons cristãos devem praticar as obras de misericórdia, a saber, 1º Dar de comer a que tem fome; 2º Dar de beber a quem tem sede; 3º Dar pousada aos peregrinos; 4º Vestir os nus; 5º Visitar os enfermos; 6º Visitar os presos 7º Enterrar os mortos.

Castillo defende essa distinção entre conhecimento e convicção, porque o conhecimento gnóstico não é capaz de alterar o comportamento moral de um indivíduo, enquanto que a convicção é hábil para isso. Como diz São João: “Amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conheceu a Deus, porque Deus é Amor” (1Jo 4,7-8). Ou seja, se não houver amor ao próximo, não se coloca em prática o que ouvimos no evangelho.

Depois disso, vale a pena ressaltar que, existe uma identidade entre o crucificado e o ressuscitado. A confissão de Jesus como Cristo se dá após a ressurreição. “Portanto, que todo Israel fique certo disto: Este Jesus, a quem vocês crucificaram, Deus o fez Senhor e Cristo” (At 2,36). Isso quer dizer que, aquele Jesus de Nazaré que andou pela Galileia e pregou o Reino de Deus, e foi condenado a morte de cruz por causa disso, é o mesmo Jesus que ressuscitou dos mortos.

O querigma apostólico primitivo confirma que há somente uma via de acesso à pessoa do Jesus histórico e a seu significado soteriológico: a que leva da confissão de fé dos discípulos até Jesus (cristologia explícita). Somente porque o próprio Deus se revela no acontecimento da ressurreição e nas aparições pascais como o Pai de Jesus, os discípulos podem interpretar adequadamente a relação de Jesus com Deus que se faz presente também na história e nas atividades do Jesus pré-pascal (cristologia implícita)[4].

Em outras palavras, a ressurreição é a confirmação da obra de Jesus. Isto é, Jesus dizia ser o Filho de Deus; entretanto, os Mestres da Lei julgavam que Jesus estivesse louco, ou que no mínimo fosse um insensato e imprudente. A condenação e morte de Jesus na Cruz, deixam claro que Ele é o abandonado do Pai. Na sexta-feira da Paixão Deus se calou e não respondeu a nenhuma das acusações e zombarias feitas diante do crucificado, porque sua resposta viria com a Ressurreição de Jesus no Domingo de Páscoa. A ressurreição confirma que Deus estava ao lado de Jesus.

Uma vez que Jesus morreu e ressuscitou a Igreja o proclama como o Único Mediador entre Deus e os homens (cf. 1Tm 2,5). Todavia, ao afirmar que Jesus é o Único Mediador, faz-se necessário explicar o que isso significa; pois, em muitos casos, tal afirmação é usada para “condenar os fiéis de outras religiões ao inferno”.

“Deve, portanto, manter-se firmemente a distinção entre a fé teologal e a crença nas outras religiões. Se fé é aceitar na graça a verdade revelada, “que permite penetrar no seio do mistério, favorecendo a sua inteligência coerente”, a crença nas outras religiões é o conjunto de experiência e pensamento, que constitui os tesouros humanos de sabedoria e de religiosidade, que o homem na sua procura da verdade ideou e pôs em prática em referência ao Divino e ao Absoluto. Nem sempre se tem presente essa distinção na reflexão hodierna, sendo frequente identificar a fé teologal, que é aceitação da verdade revelada por Deus Uno e trino, com crença nas outras religiões, que é experiência religiosa ainda à procura da verdade absoluta e ainda carecida do assentimento a Deus que se revela. Essa é uma das razões porque se tende a reduzir, e por vezes até anular, as diferenças entre o cristianismo e as outras religiões”[5].

A Igreja Católica crê firmemente que, nos textos e na doutrina de outras religiões, embora muitas vezes esses textos e doutrinas discordem do que ela ensina, existem neles um raio do Esplendor daquela Verdade que ilumina a todos nós. Portanto, os elementos de bondade e verdade contidos nesses textos foram recebidos do Mistério da Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. “Neste sentido, pode e deve dizer-se que Jesus Cristo tem para o gênero humano e para a sua história um significado e um valor singulares e únicos, só a ele próprios, exclusivos, universais, absolutos”[6].

Contudo, como dito anteriormente, essas afirmações cristológicas não foram só motivo para condenar outras pessoas ao inferno, mas também, foram motivo de guerras e conflitos; um exemplo disso foram as cruzadas. Mas é evidente que, “as guerras em nome de Deus” não aconteceram apenas por parte do cristianismo, outras religiões como o islã também já criaram conflitos em “nome de Deus”.

A novidade trazida por Jesus de Nazaré é que, quanto mais nos humanizarmos, mais próximos de Deus estaremos. José M. Castillo quer mostrar que, o que nos desumaniza é o pecado. E Jesus veio justamente mostrar que Ele é o homem perfeito, Jesus era tão humano, que só poderia ser Deus. Então, o Nazareno vem mostrar um Deus que não é vingativo e guerreiro, muito pelo contrário, é um Deus tão próximo da humanidade, que podemos chama-lo de Pai.

Aqui chegamos a um problema que já era atual na época de Jesus, a contradição entre o falar e o fazer. Ainda hoje, muitas pessoas vivem de teorias (e muito se aproximam dos gnósticos) e não de práticas. Mas, os atos possuem mais força que as palavras. Foi justamente por causa disso, que afirmaram de Jesus, que havia sido poderoso em obras e em palavras (cf. Lc 24,19). A pregação de Jesus consistia em explicar a sua vida. A coerência entre as suas palavras e gestos era o argumento demonstrativo de sua credibilidade. E, o próprio Jesus usou essa coerência de vida e pregação para enfrentar os líderes judeus de seu tempo (Jo 5,20.36; 9,3s.; 10,25.32.37s.; 14,10-12). Resumindo, podemos dizer o seguinte: “‘Se não credes em minhas palavras, crede ao menos em minhas obras’. Ou seja, ‘Se não credes naquilo que estais ouvindo, crede no que estais vendo’”[7].

Jesus era um Galileu, e isso explica o fato de dar tanto assento a humanidade. A Galileia era onde estavam os pobres e excluídos, aqueles que não tinham mais nada além de sua humanidade. É diferente quando se olha o mundo a partir da janela de uma mansão no Morumbi, de quando se olha esse mesmo mundo a partir da janela de um barraco em Paraisópolis. Assim sendo, é diferente olhar a religião a partir da perspectiva dos habitantes de Jerusalém e olha-la a partir do ponto de vista dos galileus. Por isso, Jesus complementa as suas palavras com as suas ações. Com seus gestos e escolhas, Ele mostra que o ser humano tem mais valor do que as Leis frias e calculistas desse mundo sombrio. O projeto de Jesus é o projeto de humanização, e, por conta disso, Ele demonstra várias vezes o seu descontentamento com o judaísmo de sua época:

“Certo sábado, Jesus entrou na casa de um dos chefes dos fariseus para tomar uma refeição, e eles o espiavam. Eis que um hidrópico estava ali, diante dele. Tomando a palavra, Jesus disse aos legistas e aos fariseus: é lícito ou não curar no sábado? Eles, porém, ficaram calados. Tomou-o então, curou-o e despediu-o. Depois perguntou-lhes: “qual de vós, se seu filho ou se seu boi cai num poço, não o retira imediatamente em dia de sábado?” Diante disso, nada lhe puderam replicar” (Lc 14,1-6).

O autor de Jesus: A humanização de Deus deixa claro que a vida humana deve vir antes do cumprimento da Lei. O bem das pessoas vem antes do cumprimento das normas. Por isso, que quando Jesus vai falar do Juízo Final (Mt 25,31-46), Ele induz que, o julgamento será pautado no bem que nós fizemos ou deixamos de fazer aos nossos semelhantes.

Agora, porém, cabe-nos responder a seguinte pergunta: o que é o homem? E de que ele é composto? Estamos atrás das características comuns a todos os seres humanos. Há três elementos que são constitutivos básicos e elementares em todos os seres humanos, que antecedem a civilização. 1) Todos os seres humanos somos, antes de tudo, seres vivos de carne e osso. 2) Todos os seres humanos somos, seres sociais. 3) Todos os seres humanos somos individuais. Sem esses três elementos não podemos falar de ser humano.

Quanto ao primeiro elemento: estamos nos referindo ao sentido mais rudimentar, o ser humano em seu estado biológico. Quanto ao segundo elemento: “Não é bom que o homem esteja só” Gn 2,18. Então, desde o início o homem foi criado para o outro, para estar em relação com o outro e doar-se ao outro. Quanto ao terceiro elemento, a condição de sermos seres individuais; constitui o fato de que cada ser humano possui sua independência e personalidade. A personalidade de cada homem manifesta-se na sua liberdade; a partir da qual ele organiza suas relações com os outros. As palavras chaves para as relações de alteridade são: respeito, tolerância e estima.

Com isso, Castillo quer destacar um detalhe que é muito claro, mas que as vezes passa despercebido por nós. É o fato de que, os seres humanos trazem no mais íntimo de seu ser, algo de inumano. O homem sente-se feliz com a barbárie. Por causa disso, Cristo veio nos humanizar. Partindo dos elementos constitutivos do homem, a saber, carnalidade, alteridade e liberdade; o autor nos leva a seguinte reflexão: a carnalidade tem a ver com a nossa saúde e alimentação; a alteridade com as nossas relações humanas; e a condição de indivíduo nos dá liberdade. Por isso, ganham destaque as passagens onde Jesus participa de banquetes (alimentação); as passagens onde Ele cura alguém (saúde); as passagens em que Jesus acolhe os marginalizados da sociedade (alteridade).

Os quatro evangelistas relatam momentos em que Jesus curou alguém de alguma enfermidade. O que essas passagens de cura querem nos ensinar, é que a vida e a saúde do homem vêm antes dos cultos religiosos; e isso, provocava os Escribas. Também João Batista ficou perplexo com as obras de Jesus e mandou que seus discípulos fossem interrogá-lo:

“João, ouvindo falar, na prisão, a respeito das obras de Cristo, enviou-lhe alguns dos seus discípulos para lhe perguntarem: És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro? Jesus respondeu-lhes: ‘Ide contar a João o que ouvis e vedes: os cegos recuperam a vista, os coxos andam, os leprosos são purificados e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. E bem-aventurado aquele que não se escandalizar por causa de mim!” (Mt 11,2-6).

A resposta de Jesus, aos discípulos de João, deixa claro que a ênfase está no fazer e não no ser. Os argumentos de Jesus são: “os cegos recuperam a vista, os coxos andam, os leprosos são purificados e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (Mt 11,5). Dito de outra forma, detectamos que Jesus fala de coisas empíricas, isto é, coisas que podemos ver e ouvir; coisas que são perceptíveis a todos. Logo, podemos concluir que, Jesus está falando daquilo que Ele fez para restaurar a saúde daqueles que estavam doentes.

Então José M. Castillo nos leva a seguinte reflexão: o que vale mais, a religião ou a vida? E o questionamento de Castillo tem respaldo bíblico, porque o próprio Jesus diz: “É permitido no sábado, fazer o bem ou o mal? Salvar a vida ou matar?” Mc 3,4. A crítica de Jesus está no fato de que, os dirigentes religiosos estavam apenas interessados em manter seu poder e seu prestígio social, e pouco se preocupavam com as pessoas, com os pobres e com os excluídos daquela sociedade. Jesus ficou tão revoltado com isso, que na parábola do Bom Samaritano (Lc 10,29-37) relata que o levita e o sacerdote passaram indiferentes pelo pobre sofredor; provavelmente porque tinham obrigações religiosas para cumprir.

Agora convém falar de outro tema concernente a saúde, que é a alimentação. Jesus dá tanta importância a questão da boa alimentação, que chega a comparar o Reino de Deus com um grande banquete (Mt 22,1-14). Segundo Castillo Jesus dá um relevo marcante a experiência humana que se adquire ao sentar-se à mesa.

Entre os episódios da última ceia e da Paixão de Jesus existem dois fatos marcantes que são: a traição de Judas e a negação de Pedro. Com isso, os evangelistas querem nos mostrar que, o projeto de humanização que Jesus veio nos trazer, é maior do que a nossa desumanização. A Eucaristia é a presença do Corpo e Sangue de Jesus Cristo na comunidade; essa presença transcende qualquer traição, abandono, negação, covardia ou hipocrisia.

Essa reflexão é muito importante, porque Jesus acolheu na última ceia, tanto o traidor, como aquele que o haveria de negar. Cabe-nos agora no século XXI descobrir quais os meios que nós temos para acolher os pobres e excluídos ao Banquete da Eucaristia. Frente as escolhas de Jesus, a quem somos chamados a imitar, não podemos fazer acepção de pessoas.

Em relação a forma de como nos portarmos com os outros, Jesus resume a regra da amizade na seguinte fórmula: “Tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles, pois esta é a Lei e os profetas” (Mt 7,12). Jesus não defende mais uma Lei arcaica que dizia apenas não faça o mal, pelo contrário, faça o bem. O que Jesus quer deixar evidente é que, não basta não fazer o mal, é preciso fazer o bem.

Depois disso, Castillo reflete sobre a morte de Jesus na cruz. A esse respeito devemos nos indagar se a morte de Jesus foi premeditada por Deus, ou antes foi consequência de sua vida e pregação? Uma coisa que podemos ter certeza é que, Jesus certamente foi condenado à morte, por causa de seu projeto de amor, que envolvia humanizar as pessoas, e colocá-las antes das Leis. Os judeus tinham o costume de oferecer sacrifícios a Deus pelos pecados cometidos, Jesus supera os judeus, na medida em que, não oferece apenas um rito expiatório, mas sim, oferece-se a si mesmo como oferenda a Deus.

Ademais, devemos concluir que, Jesus não ficou na cruz, mas, ressuscitou. Isso significa que, aquele que morreu está vivo e não morre mais. Com sua morte, Jesus transcende os muros desta vida, concretizando o seu projeto de humanização. No entanto, para o autor, Jesus continua sendo crucificado nos nossos dias, através das vítimas e dos excluídos deste mundo. Compreender o projeto de Jesus, é garantir o direito de todos a uma vida digna. Sem respeito e tolerância não há verdadeiro discipulado de Cristo.



[1] Castillo, José M. Jesus: a humanização de Deus: ensaio sobre cristologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015, p. 24.

[2] Exortação Apostólica Gaudete Et Exsultate n. 37.

[3] Ibid. n. 39.

[4] Müller, Gerhard Ludwig. Dogmática Católica: Teoria e Prática da Teologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015, p. 201.

[5] Declaração Dominus Iesus n. 7.

[6] Ibid. n. 15.

[7] Castillo, José M. Jesus: a humanização de Deus: ensaio sobre cristologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015, p. 133.

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