Resenha: História e Teologia dos Sacramentos





                                                                                                         José Orlando de Jesus Junior


A princípio, tem-se dois pontos importantes para refletir; a teologia sacramental e a evolução histórica dos sacramentos, isto é, o que é dito sobre sacramento, é formatado por um estudo teológico, e esse estudo parte de uma história que leva em consideração, sobretudo, a inculturação. Nota-se que teologia e história estão intimamente ligadas, caminham juntas, a teologia mostra a trabalho intelectual e cientifico, enquanto a história vem contando os fatos, onde se fundamenta, nesse caso, os sacramentos. A história traz as raízes, enquanto a teologia coloca o sentido, o significado, tendo como plano de fundo uma especulação e aprofundamento. Quem mostra a revolução dos sacramentos é a história, quem analisa e faz a revolução acontecer, é a teologia. Por exemplo: a teologia explica o porquê é a água matéria essencial do batismo, a história mostra as influências que o sacramento do batismo teve para que fosse usada água como material essencial de tal sacramento. Em suma, pode-se questionar: porque a teologia pensou dessa maneira? E é pertinente responder: por causa de uma história.

Isto posto, é importante rememorar que há sete sacramentos e de maneira geral podem ser definidos como sinais sensíveis e eficazes da graça, instituído por Jesus Cristo para santificar as nossas almas. Com essa definição, podemos avançar na reflexão e pensar nos sacramentos em três parte; teoria (aquilo que o sacramento é em si mesmo), a celebração e as práticas pastorais.

Em primeiro lugar temos a questão teórica, onde entende-se sacramento como sinais sensíveis e eficazes da graça de Deus, se pensarmos na teologia por trás disso, pode-se dizer que os sacramentos são auxílios divino para nós Seres Humanos e por isso são sete, pois acompanham toda a nossa vida natural, desde o nascimento até a morte. Porém, para que se chegasse nessa definição, a história foi a grande contribuinte, pois quando se definiu o que é sacramento, foi analisado toda a história, toda bagagem teológica que já havia construindo até o momento que foi promulgado a definição de sacramento. Com isso, percebemos há relevância de conhecer a teologia e a história dos sacramentos para a compreensão dos mesmos, assim não tento uma vivencia cega e rudimentar, mas o conhecimento do todo. Ora, temos fundamentos reais e mostra que a Igreja não constrói suas convicções em ideias superficiais ou até mesmo em invenções, é algo concreto, pensado e estudado.

Avançando para a segunda etapa dessa problematização, temos algo que é de extrema importância: os sacramentos foram instaurados pelo próprio Jesus Cristo, e isso pode-se relacionar com as celebrações litúrgicas sacramentais, pois nessas, tudo visa o próprio Cristo e o que nos auxilia a fazer tal afirmação é teologia, todavia o modo de se celebrar, além da teologia a história tem muito para colaborar, pois essa visa os valores culturais dos povos, para que não fuja da realidade das nações, o evangelho é para todos, um exemplo disso é que mesmo nos tempos modernos há vários tipos de celebrações válidas, cada qual de acordo com a sua realidade. Ademais, a função da celebração litúrgica sacramental é trazer para a vida das pessoas aquilo que é teórico, é festejar com júbilos e levar a todos o próprio Cristo, com dignidade, preparação, organização. Com isso, um possível problema que pode vir à tona, é a não compreensão do povo daquilo que se celebra, por isso, é o papel da Igreja, na pessoa dos padres e bispos, bem instruir seu povo, para eles compreenderem de maneira integral que, o que se celebra no sacramento é o Cristo e Ele age em nós.

Por fim, a terceira parte dos sacramentos, são os aspectos pastorais, talvez é o que pode mais causar problemas. Entretanto, todo trabalho pastoral, visa a santificação das almas e para tal, temos o auxílio dos sacramentos e a Igreja Católica é a responsável por zelar e guardar esse tesouro, porém, a sociedade atual não dá a mínima importância para o que de fato é os sacramentos, menos ainda para as suas celebrações, onde muitas vezes não sabem nem como se portar nelas, além do mais, no mundo hodierno, as pessoas, em sua maioria das vez, buscam os sacramentos apenas para cumprir um papel social, por conveniência, ou por tradição familiar e as coisas vem se degringolando de uma maneira que a busca pelo sacramento vem diminuindo cada vez mais, como por exemplo o matrimonio.  Sendo assim, para salvar a alma do povo, o grande trabalho da Igreja é mostrar para eles que a vida sacramental é além da teoria, além do ato celebrativa, é uma vivencia, um estilo de vida a ser assumido e para nos auxiliar, além da teologia bem fundamentada e explicada, temos a história, que permite olha para traz e utilizar os meios que a Igreja se apoiou na evangelização dos povos. Nós como Igreja, temos instrumentos de trabalho, precisamos de organização, compaixão e sobretudo testemunho, isto é, mostrar que a vida do cristão é uma vida sacramental e é isso que nos faz felizes.

Contudo, no final dessa reflexão, é notório que toda essa clareza sobre os sacramentos, é possível graças a teologia e a história, onde juntas nos permite fazer uma síntese contundente sobre o que é os sacramentos em si, sua importância celebrativa e sua relevância no trabalho pastoral, assim, podemos confirmar e confiar que, mesmo com muitos desafios e problemas a serem resolvidos, nós que já temos a aproximação com os sacramentos, temos um auxílio de Deus para que possamos crer e agir de acordo com as verdades de fé e em última instância alcançar a nossa salvação e ajudar na salvação de muitos outros.

 


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